Parte 1
A importância das Unidades Armazenadoras de Grãos no Brasil e desafios.
A armazenagem de grãos realizada de forma adequada, com a
máxima qualidade, é um dos fatores mais importantes para se evitar perdas futuras da safra. Além disso, tal manejo dá a oportunidade de se antecipar o plantio e a colheita de algumas culturas, possibilitando uma maior competitividade diante o mercado na época de entressafra. O aumento da capacidade de armazenamento dos grãos, através dos Silos, propicia ao produtor rural, uma janela de tempo maior para a decisão de venda, visando momentos mais propícios, já que muitos dos grãos comercializados no Brasil (caso da soja e do trigo) são considerados commodities, cujos preços são definidos pelo mercado global e possuem relativa variação.
A capacidade de armazenamento de grãos no Brasil evoluiu muito ao longo dos anos, mas ainda carece de avanços. Analisando os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), referente as safras, observa-se que a capacidade de armazenamento no Brasil é inferior ao valor considerado ideal para a FAO/ONU e referencial teórico utilizado na literatura majoritária. Os dados da instituição comparam o total produzido na temporada, à estrutura de estocagem.
* A Conab realiza o acompanhamento constante da safra de grãos, monitorando as condições de desenvolvimento das principais culturas do país, abrangendo os seguintes produtos: algodão, amendoim, arroz, aveia, canola, centeio, cevada, feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo e triticale. A partir deste levantamento, a Companhia produz, mensalmente, o Boletim de Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos e o Boletim de Monitoramento Agrícola, que fornecem informações e conhecimentos relevantes aos agentes envolvidos nos desafios da agricultura, da segurança alimentar e nutricional e do abastecimento do país. As publicações auxiliam a compreender os resultados da safra e têm como objetivo produzir subsídios para o monitoramento e a formulação das políticas agrícola e de abastecimento. Suas informações também auxiliam a tomada de decisão dos produtores rurais.
O IBGE informou que os silos predominam no país, em relação à capacidade útil armazenável. No primeiro semestre, armazenaram 90,4 milhões de toneladas, o que equivale a 50,0% da capacidade útil total. Na comparação com o segundo semestre de 2020, a capacidade dos silos subiu 3,6%.
Os armazéns graneleiros e granelizados chegaram a 67,7 milhões de toneladas de capacidade útil armazenável. Isso é 2,4% superior ao volume registrado no período anterior. Conforme o IBGE, este tipo de armazenagem é responsável por 37,5% do total da armazenagem nacional.
Porém, outra questão importante a destacar, é que além dessa defasagem, há ainda uma porcentagem da capacidade estática brasileira que não atende os preceitos mínimos para uma boa armazenagem, tornando esse déficit ainda maior.
O processo correto de secagem e armazenamento de grãos é fundamental para manter a boa qualidade alcançada na colheita e evitar perdas. Condições impróprias podem comprometer os ganhos da safra inteira. Nada adianta ter uma ótima colheita se a produção se estragar ou ficar comprometida em razão de um processo inadequado de armazenamento. Para que possamos aumentar nossas exportações, devemos nos adequar aos padrões internacionais de qualidade. Se as condições de armazenagem não forem adequadas, certamente parte da nossa produção não poderá ser exportada ou, ainda, não poderá ser comercializada no mercado interno, visto a rigidez dos órgãos de inspeção sanitária.
Lembrar das vantagens de uma boa armazenagem:
- Minimizar as perdas, tanto quantitativas quanto qualitativas, geradas por atrasos na colheita ou armazenagem inadequada;
- Redução no custo de transporte, tendo em vista que no período de safra, devido à alta oferta de grãos, o preço do transporte atinge o seu ápice;
- Aumento do rendimento da colheita, por evitar filas de caminhões nas unidades coletoras ou intermediárias;
- Aumento da qualidade da safra, pois não ocorre mais grandes acúmulos de produtos a serem processados inadequadamente em um mesmo período de safra;
- Aumento do poder de negociação dos produtores, ao passo que podem escolher a melhor época para comercializarem sua produção;
- Com a safra estocada, o mercado pode sofrer oscilações e propiciar ao produtor rural melhor rentabilidade, inclusive na hora de comprar insumos com pagamento em produto.
Conclusão
Como visto, o déficit no armazenamento brasileiro gera, como uma das piores consequências, o desperdício de algumas toneladas da produção. A produção de grãos tem sofrido, nos últimos anos, grandes pressões por aumento de produtividade. Há uma clara demanda por investimentos no setor de armazenagem de grãos no Brasil, visando a construção de novas Unidades de armazenamento e a manutenção das atuais unidades depositárias, avaliando a situação técnico-operacional e apurando as condições de qualidade dos estoques. Os Drones de Inspeção vêm auxiliar nessa importante missão no campo, facilitando e agilizando o processo de Inspeção dessas Unidades de Armazenamento de Grãos, contribuindo com o adequado acompanhamento estrutural da UA e reduzindo riscos nas Inspeções ao promover maior segurança do trabalho, já que não há necessidade da Inspeção Interna humana, evitando assim acidentes graves e muitas vezes, fatalidades. O objetivo das inspeções dos silos de grãos é revisar os silos minuciosamente para que quaisquer problemas em potencial possam ser identificados antes que se agravem e exijam correções dispendiosas ou apresentem riscos à segurança dos funcionários.
Gostou dessa matéria? Acompanhe na Parte 2 um Estudo de caso acompanhando as tarefas de Inspeção para o qual o drone Elio2 2 foi utilizado numa UA.
Até a próxima!
Referências Bibliográficas:
Fontes: IBGE Notícias e Conab
Boletim Logístico Conab
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